Mãe sentada no sofá com as pernas cruzadas amamentando o seu bebê.

As 13 principais dúvidas sobre amamentação com respostas práticas para mães

O aleitamento materno exclusivo é recomendado pelo Ministério da Saúde até os seis primeiros meses de vida, e a amamentação deve ser mantida até os dois anos ou mais. Trata-se de um processo extremamente importante para o desenvolvimento do bebê.

Apesar disso, muitas mães ainda têm dúvidas sobre a amamentação. Amamentar vai muito além de fornecer a nutrição necessária: é também um momento de fortalecimento do vínculo entre mãe e filho. Pensando nisso, neste texto vamos esclarecer as 13 principais dúvidas que costumam surgir sobre o tema.

13. Até qual idade devo dar somente leite materno para o bebê?

Segundo o Ministério da Saúde, nos primeiros seis meses, o bebê deve receber apenas leite materno, o chamado aleitamento materno exclusivo, sem a necessidade de oferecer sucos, chás, água ou qualquer outro alimento. Quanto mais tempo o bebê permanecer no peito, maiores são os benefícios tanto para ele quanto para a mãe.

Após os seis meses, a alimentação do bebê deve ser ampliada com outros alimentos nutritivos, compatíveis com os hábitos da família, mas a amamentação deve continuar até os 2 anos de idade ou mais.

Esquema alimentar para crianças menores de dois anos que estão em aleitamento materno

Fonte: Ministério da Saúde

A pediatra, Dra. Flavia Nassif, faz uma ressalva de que esse processo é muito pessoal e que o cuidado com a mãe é essencial para que ocorra durante todo o tempo.

O aleitamento materno tem que ser algo prazeroso, tanto para a mãe, quanto para o bebê. (…) A mãe, ela não consegue fazer isso sozinha. É imprescindível a existência de uma rede de apoio diferença. Uma vez que essa mãe precisa cuidar de um bebê, ela também precisa ser cuidada.

Pediatra, Dra. Flavia Nassif

Portanto, por mais que o ato de amamentar seja um momento de conexão entre a mãe e o bebê, ela precisa poder contar com todo o apoio necessário para prover isso à ele.

12. Existe leite materno fraco?

Essa é outra das grandes dúvidas sobre a amamentação. Não existe leite materno fraco. De acordo com a gastropediatra, Dra. Roberta Longo, a ideia de que alguns leites podem ser fracos é um dos grandes mitos da amamentação, que é passado de geração para geração.

Sendo assim, independente da idade ou da alimentação que a mãe tem, o leite dela é o suficiente para nutrir o bebê. A única alteração nesse sentido seria se a mãe tivesse alguma desnutrição, que poderia comprometer.

Portanto, o leite materno possui sim todos os nutrientes necessários para nutrir com exclusividade o bebê até os seis meses e, seguir como complemento, até os dois anos ou mais.

11. Quando devo dar a primeira mamada?

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a primeira mamada deve acontecer ainda na primeira hora de vida do bebê, a chamada hora dourada.

Sendo assim, logo após o nascimento, o bebê deve ser colocado no peito da mãe, com o intuito de gerar uma conexão benéfica para ambos. Instintivamente, espera-se que o pequeno busque o peito, mas não necessariamente mame.

Contudo, apenas essa proximidade e a procura, já são suficientes para ser vantajoso para os dois, isso porque bebês que passam por esse processo são mais saudáveis, têm menos risco de infecções e mais chances de serem amamentados exclusivamente durante os seis primeiros meses de vida.

Além disso, esse contato também ajuda a regular a temperatura corporal do bebê e ajuda a acalmá-lo, de acordo com o Ministério da Saúde.

10. Quantas vezes um bebê mama por dia?

Outro mito que existe e que é compartilhado entre as mães é o de que o bebê precisa mamar a cada três horas. De acordo com a pediatra, Dra. Kelly Oliveira, o foco não deve ser ficar controlando as horas, mas sim, entender as necessidades do pequeno e se ele está se alimentando bem.

O que a gente fala é que mais ou menos esse é o período que geralmente o bebê vai pedir para mamar. Mas isso é muito variável. Isso depende se é um bebê recém-nascido, se é um bebê um pouco mais velho, se é um bebezinho que está em um salto de desenvolvimento (…)

Pediatra, Dra. Kelly Oliveira

Portanto, se o bebê está mamando bem, ganhando peso, fazendo suas necessidades e dando bons goles, significa que o processo está ocorrendo bem. Então, o recomendado é realmente observar o comportamento do bebê e guiar a amamentação pelas suas necessidades.

Além disso, a Dra. Kelly Oliveira recomenda que, para que os sinais sejam mais visíveis, não vista tantas roupas no bebê, apenas o suficiente, e esteja atenta aos primeiros indícios de inquietação, não espere o choro vir.

9. Quanto tempo deve durar a amamentação?

O tempo que o bebê fica mamando não é o que define a eficiência da mamada. Segundo a consultora internacional em amamentação, Bianca Balassiano, tem pequenos que podem ficar mais de uma hora no peito e não ter mamado direito, assim como, alguns podem mamar de 3 a 5 minutos e ser o suficiente.

Por isso, mais importante do que observar o tempo, é observar os sinais que a criança dá durante a amamentação.

Uma forma muito eficiente de você saber se de fato o seu bebê está mamando com qualidade, removendo o leite, enchendo a barriga, é observar a lateral do rostinho do bebê. Quando o seu bebê está na fase que chamamos de mamada não nutritiva, ele geralmente abre pouco a boca e faz movimentos muito rápidos.

Consultora internacional em amamentação, Bianca Balassiano

Já no contrário, quando o bebê está de fato realizando uma mamada nutritiva, ele vai abrir mais a boca e demorar mais para fechar a mandíbula. Além disso, muitas vezes é possível inclusive ouvir o barulho do leite passando pela garganta, no movimento de engolir.

Esse processo, geralmente, é mais ritmado e pode ser facilmente diferenciado da mamada não nutritiva. Por fim, a mamada nutritiva tende a se repetir duas vezes em cada mama durante uma amamentação. Contudo, vale lembrar que pode variar, não sendo uma regra. Mas também acaba sendo a resposta de uma outra dúvida das mães: devo trocar de peito durante a mamada?

8. Como aumentar a produção de leite?

Para aumentar a produção de leite materno, a principal estratégia é oferecer o peito com frequência. A Presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria, Dra. Rossiclei Pinheiro, explica que quanto mais vezes o bebê mama, maior é o estímulo para o corpo produzir leite em quantidade suficiente.

O recomendado é que ele seja colocado no seio de seis a oito vezes ao dia, garantindo um estímulo contínuo.

A melhor forma de aumentar a produção de leite materno é oferecer o seio com maior frequência. (…) Vale lembrar que o peito funciona como uma “fábrica”, não como um estoque, já que 80% da quantidade de leite é fabricado durante a mamada do bebê.

Presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria, Dra. Rossiclei Pinheiro

Outro ponto importante é observar a pega do bebê. Uma boa sucção garante que o leite seja transferido adequadamente, o que ajuda a manter a produção em equilíbrio. Quando o bebê abocanha toda a aréola e o peito vai ficando mais macio após a mamada, significa que ele está se alimentando bem.

Além disso, cuidar do próprio corpo faz toda a diferença. Descansar sempre que possível, ter uma alimentação equilibrada e buscar momentos de relaxamento favorecem a produção. Embora seja comum a preocupação com a quantidade de leite, cada bebê tende a receber exatamente o que precisa.

Manter-se hidratada também é importante para produção do leite. Segundo Vanessa Macedo, membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP em entrevista para a Revista Crescer, uma boa hidratação, a mãe consegue manter o equilibro o organismo e garantir a produção adequada de leite. Como cerca de 80% do leite materno é formado por água, a lactante apresenta maior risco de desidratação.

Por isso, manter a calma, confiar no próprio corpo e, sempre que necessário, buscar orientação com o pediatra são atitudes essenciais para uma amamentação saudável.

7. Como preparar os seios para amamentar?

Muitas mães se perguntam se é necessário preparar os seios antes do nascimento do bebê para garantir uma boa amamentação. A pediatra, Dra. Ana Bárbara Jannuzzi, explica que a verdade é que o corpo da mulher já está naturalmente preparado para produzir leite, independentemente de qualquer ação.

Eu não preciso fazer nada para preparar, e principalmente não é porque seu bico é pequeno, ou porque seu bico é grande, que você vai ter mais ou menos sucesso na lactação. O que realmente faz diferença são fatores como apoio familiar, orientação de profissionais de saúde e informação realmente confiável.

Pediatra, Dra. Ana Bárbara Jannuzzi

A médica também destaca que ter pessoas que respeitem o momento da amamentação, que tragam água, que não façam críticas ou pressões, cria um ambiente positivo, que favorece a produção de leite e o vínculo com o bebê.

Além disso, estudos mostram que o preparo físico ou técnicas de estimulação do mamilo não têm evidência científica consistente. Sendo assim, colocar o corpo em dúvida, achando que ele precisa de algo extra para funcionar, pode gerar ansiedade e dificultar o início da amamentação.

Por isso, o foco deve ser em criar condições de apoio e confiança: quando a mãe recebe orientação correta e suporte emocional, o processo de amamentação se torna mais natural e tranquilo, mesmo diante de desafios que podem surgir em algumas situações específicas.

Mãe amamentando seu bebê ao ar-livre com sua rede de apoio ao lado.

6. Qual a importância do aleitamento materno?

O aleitamento materno é fundamental para a saúde do bebê, oferecendo proteção contra diarreias, infecções respiratórias e alergias. Segundo o Ministério da Saúde, crianças amamentadas ao seio têm menor risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade.

Além disso, há evidências de que a amamentação contribui para o desenvolvimento cognitivo, tornando o aleitamento uma prática essencial para o crescimento físico e mental da criança.

O leite materno também traz benefícios significativos para a mulher. Amamentar ajuda a reduzir hemorragias no pós-parto e diminui o risco de desenvolver câncer de mama, ovário e colo do útero ao longo da vida. Além disso, a amamentação fortalece o vínculo afetivo entre mãe e filho, promovendo segurança e conforto emocional para ambos.

Para a sociedade e o planeta, o aleitamento materno representa uma prática sustentável. O Ministério da Saúde destaca que o leite materno não gera poluição nem demanda energia, água ou transporte, ao contrário dos substitutos industrializados.

Por fim, ao reduzir a incidência de doenças na infância e em outras fases da vida, ele contribui para a diminuição dos custos do sistema de saúde e para a melhoria da nutrição, educação e bem-estar social.

5. Como deve ser a pega correta?

A pega correta é essencial para que o bebê se alimente de forma eficaz e confortável, evitando dor para a mãe e dificuldades na amamentação. Segundo a consultora de amamentação, Driele Alia, o bebê deve estar alinhado com o peito, com o corpo apoiado de modo que a barriga fique encostada na mãe, garantindo proximidade e estabilidade.

Uma dica muito importante para que essa abocanhada seja menos desconfortável é que o bebê abra a boca o máximo que ele puder. Se o bebê não abrir totalmente, a mãe pode ajudar puxando suavemente o queixinho para baixo e aproximando o bebê do peito.

Consultora de amamentação, Driele Alia

Ela destaca para que a mãe não hesite em reposicionar o bebê sempre que a pega estiver incorreta, pois uma posição errada pode machucar o mamilo e prejudicar a amamentação. Observar sinais de desconforto é fundamental: se dói ou se os lábios estão virados para dentro, a pega precisa ser ajustada.

O bebê deve estar com a boca em formato de “peixinho”, com os lábios virados para fora, cobrindo boa parte da aréola. Caso os lábios estejam para dentro, a mãe pode gentilmente puxá-los para fora, garantindo que o bebê se acomode melhor na mama.

Ajustar pequenas posições, como liberar o nariz ou realinhar o corpo, ajuda a tornar a sucção eficiente, protege os seios da mãe e favorece a ingestão adequada de leite.

4. Pode amamentar tendo silicone?

Ter silicone nos seios não impede a amamentação. A cirurgia não remove as glândulas mamárias, e portanto a produção de leite continua possível. A pediatra, Dra. Ana Bárbara Jannuzzi, destaca que mulheres que passaram por implantes podem amamentar normalmente, sem que o silicone atrapalhe a sucção do bebê ou a produção de leite.

Contudo, é importante saber que, nos primeiros dias após o parto, algumas mulheres podem sentir desconforto devido à apojadura, que é o processo de transformação do colostro em leite maduro. Por isso, esse período pode ser um pouco mais doloroso para quem tem silicone, devido ao volume adicional da mama, mas geralmente é temporário e autolimitado.

Por isso, não é nem necessário realizar procedimentos especiais: basta colocar o bebê para mamar e permitir que o leite desça naturalmente. Entretanto, é sempre importante falar sobre o assunto com o médico que está acompanhando a gravidez, assim ele poderá orientá-la.

3. O que é a apojadura?

A apojadura, conhecida como descida do leite, é o processo em que a mama se enche de leite devido à dilatação dos alvéolos e ductos mamários.

Durante esse período, geralmente entre 48 e 72 horas após o parto, a mama fica grande, pesada, quente e brilhante, sinalizando que o leite está pronto para ser oferecido ao bebê. Em casos de cesárea, essa descida pode ocorrer um pouco mais tarde, até cerca de cinco dias após o nascimento.

A apojadura é quando a mama fica bem cheia e ocorre a dilatação dos alvéolos e ductos mamários para que o leite desça. O processo é natural e faz parte da fisiologia da lactação, garantindo que o bebê tenha acesso ao leite maduro, rico em nutrientes. A intensidade do desconforto varia, mas é geralmente temporária e melhora com a amamentação frequente.

Pediatra, Dra. Maici Ciari

Para ajudar a apojadura a ocorrer de forma mais rápida e reduzir o incômodo, é recomendado oferecer o seio ao bebê em livre demanda. Isso significa atender aos sinais de fome do bebê sempre que ele mostrar interesse, seja buscando o peito, fazendo movimentos de procura ou chorando.

Mulher com blusa rosa amamentando recém nascido que está no seu colo.

2. É normal ter muito leite?

Algumas mães podem perceber que produzem mais leite do que o necessário para o bebê, uma condição chamada hiperlactação. Isso acontece quando a produção excede a demanda do bebê, fazendo com que o peito fique constantemente cheio e o leite saia em jatos fortes durante a mamada.

Seu bebê engasga, parece nervoso e briga com o peito, enquanto você percebe que o leite sai em jatos fortes, isso pode ser sinal de hiperlactação.

Consultora Internacional de Amamentação, Virginia Ferreira

Ela também explica que entre os sinais, podem aparecer fezes verdes ou espumosas, excesso de gases, regurgitação frequente e canais mamários obstruídos, que aumentam o risco de mastite. Por isso, é importante acompanhar esses sinais com o pediatra, pois eles podem ser confundidos com outras condições, como alergia à proteína do leite de vaca ou refluxo gastroesofágico.

A boa notícia é que a hiperlactação costuma se equilibrar naturalmente por volta do terceiro mês de amamentação, e pode ser controlada com estratégias simples. Algumas medidas eficazes incluem ajustar a posição do bebê para facilitar a drenagem do leite, massagear levemente as mamas antes da amamentação, usar compressas frias, deixar o bebê mamar até esvaziar a mama e evitar ordenha excessiva ou estímulo intenso.

1. Como seguir amamentando na volta ao trabalho?

Por fim, a última das dúvidas sobre a amamentação, e talvez a que mais preocupa as mães é essa: como fazer na volta às atividades profissionais?

Voltar ao trabalho não significa interromper a amamentação. A legislação brasileira garante às mães que retornam ao emprego o direito à amamentação, conforme a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). De acordo com o artigo 396 da CLT, até os seis meses de idade do bebê, a mãe tem direito a dois descansos especiais de meia hora cada durante a jornada de trabalho para amamentar.

Além do tempo de amamentação no trabalho, é importante que a mãe organize estratégias para manter a produção de leite. A retirada manual ou com bomba extratora pode ser feita durante o expediente, armazenando o leite em recipientes limpos e refrigerados para que o bebê continue recebendo leite materno mesmo quando a mãe estiver ausente.

Planejamento e comunicação com a equipe também facilitam o processo. Conversar com o empregador sobre horários e infraestrutura. Seguindo essas recomendações, é possível continuar oferecendo todos os benefícios da amamentação mesmo após a volta ao trabalho.

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