O que é o pré-natal e como ele funciona na prática?

A maternidade pode ser uma das experiências mais extraordinárias na vida de uma mulher. Quando ela descobre que está grávida, as suas emoções se comportam como uma montanha-russa. É um misto de felicidade e ansiedade, mas também de muitas dúvidas, o que acaba gerando um certo desconforto e  medo do desconhecido. É por isso que existe o pré-natal, um acompanhamento médico feito especialmente para sanar essas dúvidas e preparar a mamãe durante todos os meses da gestação. Quer saber mais sobre esse acompanhamento e qual a sua importância? Então, vamos lá!

O que é o pré-natal e como ele funciona na prática?

Por exigir exames clínicos e laboratoriais, o pré-natal permite que a mãe acompanhe o desenvolvimento e a saúde do bebê. Além de ensinar a gestante sobre os principais cuidados após o nascimento da criança.

Algumas informações são muito importantes para saber como está a saúde da mamãe e do bebê, como:

• Data da última menstruação (DUM).
• Data provável do parto (DPP).
• Número de semanas de gestação.
• Frequência cardíaca do bebê.
• Altura uterina.
• Tipo sanguíneo e fator RH.
• Peso e pressão arterial.
• Presença ou não de inchaço.
• Resultado de exames de rotina e outros.
• Medicamentos receitados.
• Vacinas aplicadas.

Por meio delas, o médico obstetra consegue prever possíveis enfermidades e, a partir do diagnóstico, ele saberá orientar a gestante sobre como ela deverá proceder para evitar que a enfermidade aconteça ou para amenizar ao máximo as suas consequências.

Qual é a importância do pré-natal?

A gravidez é um período de grandes transformações no corpo da mulher, que requer atenção e cuidados especiais. O pré-natal é a principal ferramenta para garantir que a gestação transcorra de maneira saudável e segura tanto para a mãe quanto para o bebê. A seguir, detalhamos as razões pelas quais o pré-natal é de suma importância:

Detecção precoce de problemas de saúde:

Um dos principais objetivos do pré-natal é identificar precocemente qualquer problema de saúde que possa afetar a gestante ou o bebê. Exames regulares e consultas frequentes permitem ao médico monitorar a saúde da mãe e do bebê de maneira contínua. Algumas das condições que podem ser detectadas e monitoradas incluem:

• Diabetes gestacional: A diabetes que se desenvolve durante a gravidez pode aumentar o risco de complicações para a mãe e o bebê, incluindo parto prematuro e peso elevado ao nascer. O pré-natal inclui testes de glicose para detectar essa condição e gerenciá-la adequadamente.
• Hipertensão: A pressão arterial elevada pode levar à pré-eclâmpsia, uma condição grave que pode afetar os órgãos da mãe e prejudicar o fluxo sanguíneo para o bebê. O monitoramento regular da pressão arterial durante o pré-natal ajuda a prevenir e tratar a hipertensão.
• Anemia: A deficiência de ferro é comum durante a gravidez e pode causar fadiga e outros problemas de saúde. Exames de sangue regulares ajudam a identificar a anemia e a tratar com suplementos de ferro.

Prevenção de complicações:

Com a detecção precoce de problemas de saúde, é possível prevenir complicações maiores durante a gestação. O pré-natal permite o tratamento adequado e a implementação de medidas preventivas para garantir uma gravidez segura. Por exemplo:

• Suplementação nutricional: O acompanhamento nutricional é essencial para garantir que a gestante esteja recebendo todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento saudável do bebê. Suplementos de ácido fólico, ferro e outras vitaminas podem ser recomendados.
• Vacinação: Algumas vacinas são indicadas durante a gravidez para proteger a mãe e o bebê de infecções, como a vacina contra a gripe e a vacina contra a coqueluche (dTpa).
• Aconselhamento sobre hábitos saudáveis: O pré-natal inclui orientação sobre a importância de uma alimentação equilibrada, exercícios físicos adequados, e a cessação de hábitos prejudiciais como o tabagismo e o consumo de álcool.

Orientação e suporte:

O pré-natal também desempenha um papel crucial na educação e no apoio à gestante. Durante as consultas, a futura mãe recebe informações valiosas sobre vários aspectos da gravidez, parto e cuidados com o recém-nascido:

• Educação sobre o parto: As gestantes são orientadas sobre os diferentes tipos de parto (normal, cesariana), os sinais de trabalho de parto e o que esperar durante o processo de nascimento.
• Preparação para a amamentação: O pré-natal inclui orientação sobre a importância da amamentação, técnicas de amamentação e como lidar com possíveis desafios.
• Suporte emocional: A gravidez pode ser um período de ansiedade e incerteza. O pré-natal oferece suporte emocional e psicológico, ajudando a gestante a se sentir mais segura e confiante.

Acompanhamento ao longo da gestação

Após a consulta inicial, o pré-natal consiste em consultas regulares com o obstetra. A frequência das consultas pode variar, mas geralmente segue este padrão:

• Até a 28ª semana: Consultas mensais;
• Da 28ª à 36ª semana: Consultas quinzenais;
• Da 36ª semana até o parto: Consultas semanais.

Durante essas consultas, o médico continua monitorando a saúde da gestante e do bebê. Aqui estão alguns dos procedimentos comuns:

5. Monitoramento da pressão arterial e peso:

O controle da pressão arterial é crucial para detectar a pré-eclâmpsia, uma condição potencialmente perigosa. O peso é monitorado para garantir que a gestante esteja ganhando peso de forma saudável.

• Pressão arterial: A pressão arterial elevada pode ser um sinal de pré-eclâmpsia, que pode levar a complicações graves tanto para a mãe quanto para o bebê. Monitorar regularmente ajuda a detectar qualquer elevação precoce e iniciar o tratamento adequado.
• Peso: A quantidade de peso que a gestante ganha pode fornecer informações importantes sobre a saúde tanto dela quanto do bebê. Um ganho de peso insuficiente ou excessivo pode indicar problemas que precisam ser abordados.

4. Medição da altura uterina:

Essa medida ajuda a verificar o crescimento adequado do bebê e a quantidade de líquido amniótico.

• Crescimento do bebê: A altura uterina (medida do topo do útero ao osso púbico) deve aumentar de acordo com a idade gestacional. Isso ajuda o médico a verificar se o bebê está crescendo conforme esperado.
• Líquido amniótico: Quantidades anormais de líquido amniótico podem indicar problemas como oligoidrâmnio (baixo volume de líquido) ou polidrâmnio (volume excessivo), que podem necessitar de monitoramento ou intervenção adicional.

3. Batimentos cardíacos do bebê:

A partir do segundo trimestre, o médico utiliza um doppler fetal para ouvir os batimentos cardíacos do bebê. O som dos batimentos cardíacos do bebê é um indicador de que ele está bem e se desenvolvendo corretamente.

2. Exames de sangue e urina:

Continuam sendo realizados periodicamente para monitorar a saúde da gestante e do bebê.

• Anemia: A deficiência de ferro é comum durante a gravidez e pode ser detectada através de exames de sangue. A anemia pode causar fadiga extrema e complicações durante o parto.
• Infecções: Testes de urina e sangue ajudam a detectar infecções urinárias e outras infecções que podem ser prejudiciais se não tratadas.
• Diabetes gestacional: Testes específicos, como o teste de tolerância à glicose, ajudam a diagnosticar diabetes gestacional, que precisa ser gerenciado para evitar complicações.

1. Vacinas e suplementos:

Algumas vacinas podem ser recomendadas ao longo da gestação, como a vacina contra a gripe. Suplementos de ferro e ácido fólico também são comumente prescritos.

• Vacinas: A vacina contra a gripe é recomendada porque a gestação pode aumentar o risco de complicações graves da gripe. Além disso, a vacina Tdap (contra tétano, difteria e coqueluche) é recomendada para proteger o bebê contra a coqueluche após o nascimento.
• Suplementos: O ácido fólico é crucial no primeiro trimestre para prevenir defeitos no tubo neural do bebê. O ferro ajuda a prevenir anemia, e outros suplementos podem ser recomendados conforme necessário.

Além dos procedimentos padrão, algumas gestações podem exigir cuidados especiais ou exames adicionais. Gestantes com condições médicas pré-existentes, como diabetes ou hipertensão, ou aquelas que desenvolvem complicações durante a gravidez, podem precisar de consultas mais frequentes e monitoramento especializado.

Monitoramento de complicações específicas

Durante o pré-natal, o obstetra estará atento a sinais de complicações específicas que podem surgir durante a gravidez. Algumas das complicações comuns monitoradas são:

• Pré-eclâmpsia: Além da pressão arterial elevada, sinais de pré-eclâmpsia incluem inchaço excessivo e proteínas na urina. O monitoramento contínuo permite a intervenção precoce para evitar complicações graves.
• Diabetes gestacional: Mulheres diagnosticadas com diabetes gestacional precisarão monitorar seus níveis de glicose no sangue e possivelmente ajustar sua dieta e estilo de vida. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de insulina.
• Crescimento fetal restrito: Se o bebê não estiver crescendo adequadamente, o médico pode recomendar ultrassonografias adicionais e monitoramento mais frequente. Em alguns casos, pode ser necessário antecipar o parto para garantir a saúde do bebê.
• Trabalho de parto prematuro: Sinais de trabalho de parto prematuro, como contrações antes da 37ª semana, serão monitorados de perto. Intervenções médicas podem ser necessárias para adiar o parto e permitir que o bebê se desenvolva mais antes de nascer.

A importância da periodicidade para uma gestação saudável

O acompanhamento, no pré-natal, ocorre durante todos os meses da gestação. No entanto, a periodicidade depende exclusivamente do grau de risco da gravidez. Por exemplo: os casos mais complicados, no qual a saúde do bebê ou da gestante apresenta algum problema, deverão ter um acompanhamento mais frequente, pois o médico obstetra precisará ter um controle ainda maior sobre a situação para garantir que tudo corra bem durante o parto.

Caso você esteja grávida e ainda não saiba quando deverá começar o pré-natal, é importante estar ciente de que os especialistas recomendam que ele seja iniciado assim que você confirmar a gravidez. Ou, no máximo, no 3º mês da gestação.

O acompanhamento da metade até o final da gestação:

No segundo trimestre da gestação, quando os órgãos já estão formados, é muito importante realizar uma segunda ultrassonografia, pois ela possibilitará ao médico identificar quaisquer anomalias ou deformações no corpo do bebê. Já no terceiro semestre, a ultrassonografia é indicada para acompanhar o crescimento da criança.

O ideal é que a mamãe realize pelo menos três ultrassonografias. No entanto, como mencionamos no tópico anterior, caso a gravidez apresente  riscos, exames adicionais poderão ser solicitados.

No total, até a 34ªsemana, a mamãe deverá ter feito ao menos uma consulta por mês. Ao chegar na 36º semana, as visitas ao médico deverão ser mais constantes, passando para um período de 15 em 15 dias e, a partir da 38ª semana, ele deverá ser reduzido para 7 dias.

Agora, que você conhece o pré-natal, lembre-se de começar o quanto antes! Manter a sua saúde e a do seu filho em dia permitirá a você ter um parto mais tranquilo possível.

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