Corrimento e infecção urinária na gravidez, tudo que deve saber
Durante a gestação, o corpo da mulher passa por transformações intensas como hormonais, físicas e anatômicas, as quais são fundamentais para o desenvolvimento do bebê. No entanto, elas também tornam o organismo da gestante mais vulnerável a alguns desconfortos e condições clínicas. Entre eles, o aumento do corrimento vaginal e o risco de infecções do trato urinário.
Por isso, compreender as características normais dessas manifestações e saber reconhecer sinais de alerta é essencial para garantir uma gravidez tranquila e segura, tanto para a mãe quanto para o pequeno.
Neste post, vamos aprofundar o entendimento sobre o corrimento vaginal — quando ele é considerado fisiológico e quando pode indicar uma infecção. Em seguida, falaremos sobre a infecção urinária, uma condição igualmente comum e que também merece atenção especial. Ambos os temas serão abordados com foco na identificação de sintomas, diagnóstico, tratamento e, principalmente, prevenção.
Por que é importante estar atenta a qualquer ardência ou corrimento diferente?
Durante a gravidez, é comum que as mulheres experimentem mudanças no corpo, incluindo alterações no corrimento vaginal e maior sensibilidade urinária. Esses sinais, por mais discretos que pareçam, não devem ser ignorados, pois podem indicar alterações no equilíbrio natural do organismo.

Além disso, o que parece um desconforto leve pode, na verdade, ser um indicativo de condições que evoluem rapidamente quando não recebem atenção. Sendo assim, infecções vaginais ou urinárias, quando negligenciadas, têm potencial para afetar não apenas o bem-estar da gestante, mas também o desenvolvimento saudável do neném.
Por isso, é essencial observar cada sintoma com atenção e buscar orientação médica sempre que algo sair do habitual. Pois, caso você não leve essas questões a sério, os resultados podem ser preocupantes.
Diferença entre infecção urinária e vaginal
Embora muitas vezes confundidas, a infecção urinária e a infecção vaginal são condições distintas, tanto em origem quanto em sintomas e tratamento. Logo, saber diferenciá-las é essencial para garantir o cuidado adequado durante a gravidez.
A infecção urinária afeta o sistema urinário, que inclui uretra, bexiga, ureteres e rins. Ela é causada, principalmente, pela entrada de bactérias no trato urinário, sendo mais comum nas gestantes por conta das alterações anatômicas e hormonais. Os sintomas típicos incluem dor ou ardência ao urinar, vontade frequente de ir ao banheiro, dor no baixo ventre e febre.

Já as infecções vaginais acometem a mucosa da vagina e são causadas, geralmente, por desequilíbrios na flora vaginal, permitindo a proliferação excessiva de fungos ou bactérias. Os sintomas mais comuns são coceira, ardência, dor ao urinar ou durante a relação sexual, além de corrimento com alteração de cor, odor ou consistência.
Por fim, enquanto ambas podem causar desconforto e complicações se não forem tratadas, é importante ressaltar que seus cuidados são diferentes. Por isso, ao perceber qualquer alteração, é fundamental procurar orientação médica. O diagnóstico correto garantirá o tratamento mais seguro e eficaz para preservar a saúde da mãe e do pequeno.
Compreendendo o corrimento vaginal na gravidez
Durante a gestação, é perfeitamente natural que o volume do corrimento vaginal aumente. Isso ocorre por conta das intensas alterações hormonais, como o aumento dos níveis de estrogênio e progesterona, além da maior irrigação sanguínea na região íntima.
Esse tipo de secreção é chamado de corrimento fisiológico, ou seja, aquele considerado normal. Ele costuma ser transparente ou levemente esbranquiçado, de consistência fina e sem odor forte. Mais do que um efeito colateral da gestação, esse corrimento desempenha um papel essencial: ele é uma barreira protetora contra microrganismos que podem causar infecções, ajudando a manter o equilíbrio da flora vaginal.

No entanto, apesar de ser um sintoma frequente e muitas vezes esperado, é importante que a gestante compreenda bem seus padrões e características. Isso porque alterações em sua cor, cheiro ou textura, ou ainda a presença de sintomas associados, como coceira e ardência, podem indicar infecções.
Quando ele passa a ser um sinal de alerta?
Como já falado, é fundamental observar atentamente as mudanças no corrimento vaginal durante o período gestacional. Pois, quando essa secreção passa a ter uma coloração diferente, exala um odor desagradável ou surge acompanhada de sintomas como coceira, ardência ou dor, passa a ser preocupante.
Logo, esses sinais não devem ser ignorados, pois são manifestações comuns de condições que exigem tratamento médico, como:
- Candidíase: caracterizada por uma secreção branca, espessa, de aspecto grumoso e sem odor. Costuma causar coceira intensa e sensação de ardência, especialmente na região da vulva.
- Vaginose bacteriana: apresenta um corrimento de coloração acinzentada ou branca, com odor forte e desagradável. A secreção tende a ser mais espessa e abundante, mas geralmente não provoca coceira ou ardência.
- Tricomoníase: manifesta-se por meio de um corrimento amarelado ou esverdeado, com odor desagradável. É comum que cause irritação, além de coceira e desconforto na região íntima.
Além dessas, corrimentos rosados ou marrons também podem ocorrer, especialmente após relação sexual ou esforço físico. Embora muitas vezes sejam inofensivos, devem ser avaliados se persistirem ou forem acompanhados de outros sintomas.
Qual o tratamento para as infecções vaginais?
O tratamento das infecções vaginais na gravidez depende do tipo de microrganismo envolvido e deve ser sempre conduzido por um obstetra. Pois, a automedicação, além de ineficaz em muitos casos, pode colocar em risco tanto a saúde da gestante quanto a do bebê.

De maneira geral, o especialista em saúde da mulher pode prescrever medicamentos antifúngicos ou antibióticos que sejam seguros para uso durante o período gestacional. Pois, a escolha do fármaco leva em consideração o estágio da gravidez, o tipo de infecção e o histórico da paciente.
Ademais, para definir o tratamento mais adequado, o diagnóstico costuma ser feito por meio de exame clínico. Em alguns casos, pode ser necessário realizar a coleta do corrimento para análise laboratorial, o que permite identificar com precisão o agente causador da infecção.
Entenda sobre a infecção urinária na gravidez
A infecção urinária é uma das complicações mais comuns enfrentadas pelas gestantes, estima-se que cerca de 20% das mulheres grávidas desenvolvem algum tipo de infecção urinária. Essa prevalência elevada se deve a uma série de fatores fisiológicos e anatômicos que tornam o corpo feminino mais suscetível nesse período.
Durante a gravidez, o aumento dos níveis hormonais, especialmente da progesterona, causa o relaxamento da musculatura do trato urinário, o que favorece o acúmulo de urina na bexiga e nos ureteres.
A infecção urinária durante a gravidez é um problema muito frequente devido às alterações fisiológicas da gravidez, que favorecem a colonização do trato urinário. Estes problemas afetam a qualidade de vida da mulher, além de aumentar o risco de morbidade materna e fetal neste período. Por isso deve-se solicitar exames de rotina de urina e urocultura durante a gravidez, mesmo em mulheres assintomáticas.
Dr. Edson Borges, médico obstetra
Além disso, o útero em crescimento exerce pressão sobre a bexiga, dificultando o esvaziamento completo e criando um ambiente propício para a proliferação bacteriana. Diante dessas condições, as infecções podem surgir mesmo sem sintomas aparentes, o que torna o acompanhamento pré-natal ainda mais essencial.
Sintomas, diagnóstico e tratamento
A infecção urinária pode se apresentar de diferentes formas ao longo do período gestacional. A seguir, veja como essas manifestações se distinguem e por que é essencial identificá-las corretamente:
- Bacteriúria assintomática: ocorre quando há bactérias na urina, mas sem que a gestante apresente sintomas evidentes. Mesmo silenciosa, essa forma pode evoluir para quadros mais graves, como a pielonefrite, caso não seja tratada adequadamente.
- Infecção do trato urinário inferior (cistite): é a forma mais comum e menos grave. Os principais sintomas incluem ardência ao urinar, aumento da frequência urinária, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e dor na parte inferior do abdômen.
- Infecção do trato urinário superior (pielonefrite): atinge os rins e pode causar febre alta, calafrios, dor lombar intensa, náuseas e vômitos. Essa condição requer tratamento imediato e, muitas vezes, internação.
Por fim, para confirmar o diagnóstico de qualquer uma dessas formas de infecção, é indispensável realizar exames laboratoriais. Pois, eles permitem detectar a presença de bactérias e guiam o profissional de saúde na escolha do tratamento mais adequado e seguro para a grávida.
Possíveis complicações para mãe e para o neném
Quando não tratada de forma adequada, a infecção urinária pode desencadear uma série de complicações que colocam em risco a saúde da mãe e do feto. Entre os principais problemas estão a ruptura prematura da bolsa, o parto prematuro e o nascimento com baixo peso.

Além desses riscos, também pode favorecer a ocorrência de infecção neonatal e febre no pós-parto. Em casos mais graves, pode evoluir para sepse materna ou para o desenvolvimento de abscessos renais, exigindo cuidados médicos imediatos.
Por fim, quando a infecção atinge os rins, caracterizando a pielonefrite, o risco de complicações se eleva significativamente. Essa forma mais grave da infecção urinária demanda atenção urgente e, muitas vezes, internação hospitalar.
Como prevenir infecções íntimas na gestação
A prevenção é, sem dúvida, uma das maneiras mais eficazes de manter a saúde da mãe e do pequeno durante a gestação. Logo, adotar hábitos saudáveis no dia a dia ajuda a fortalecer as defesas naturais do organismo e reduz consideravelmente as chances de problemas.
Embora pareçam simples, pequenas atitudes podem fazer uma grande diferença na proteção contra infecções, sejam urinárias ou vaginais, que são comuns nesse período. A seguir, apresentamos uma sugestão de rotina de cuidados para ter durante a gravidez que ajudam a evitar problemas desse tipo:
- Beba bastante água para manter o trato urinário limpo;
- Vá ao banheiro sempre que sentir vontade, sem reter a urina;
- Urine após relações sexuais para eliminar possíveis bactérias;
- Higienize-se da frente para trás após evacuar;
- Use roupas íntimas de algodão e evite tecidos sintéticos ou roupas muito apertadas;
- Evite duchas vaginais e sabonetes agressivos, que alteram o pH vaginal;
- Faça o pré-natal regularmente e realize os exames de urina recomendados.

Estar atenta aos sinais do seu corpo durante a gestação é um ato de cuidado consigo mesma e com o seu filho. Pequenos desconfortos podem parecer inofensivos à primeira vista, mas, se ignorados, podem se tornar algo mais sério ao longo do tempo.
Tendo isso em vista, o corrimento vaginal e infecção urinária são condições relativamente comuns entre gestantes. No entanto, quando negligenciadas, essas situações podem evoluir para quadros que oferecem riscos à saúde da mãe e do pequeno.
Para evitar isso, é fundamental manter o acompanhamento pré-natal em dia, praticar hábitos de higiene saudáveis e não hesitar em procurar ajuda médica sempre que notar qualquer alteração.
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